VALENÇA DO RIO DE JANEIRO

VALENÇA DO RIO DE JANEIRO





Valença (Rio de Janeiro)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Catedral de N. S. da Glória














Vista do centro












Brasão de Valença











Aniversário: 29 de setembro

Fundação: 1823
Gentílico: valenciano
Prefeito: Vicente Guedes (PSC)
(2009–2012)

Localização no Brasil
22° 14' 45" S 43° 42' 00" O22° 14' 45" S 43° 42' 00" O
Unidade federativa: Rio de Janeiro
Mesorregião: Sul Fluminense IBGE/2008
Microrregião: Barra do Piraí IBGE/2008
Municípios limítrofes: Barra do Piraí, Barra Mansa, Passa-Vinte (MG), Quatis, Rio das Flores, Rio Preto (MG), Santa Bárbara do Monte Verde (MG), Santa Rita de Jacutinga (MG) e Vassouras
Distância até à capital Rio de Janeiro: 148 km
Características geográficas:
Área: 1304,769 km²
População: 71.894 hab. Censo IBGE/2010
Densidade: 55,1 hab./km²
Altitude: 560 m
Clima: Tropical de Altitude CwaLocalização no Brasil
Fuso horário: UTC−3
Indicadores:
IDH: 0,776 (32º) – médio PNUD/2000
PIB: R$ 637 693,813 mil IBGE/2008
PIB per capita: R$ 8 503,38 IBGE/2008

Jardim de Baixo

Valença é um município brasileiro localizado no Sul do Estado do Rio de Janeiro. Está a uma altitude de 560 metros. Sua população estimada em 2008 era de 74.993 habitantes.

Geografia

Possui uma área de 1308,1 km² (a segunda maior do estado do Rio de Janeiro), estando situada no Vale do Paraíba Fluminense.

Valença possui 5 distritos: Conservatória ("Cidade das Serestas"), Barão de Juparanã ("Cidade dos Barões"), Parapeúna, Santa Isabel do Rio Preto e Pentagna.


Câmara de vereadores


Atualmente sua economia está voltada especialmente para a agropecuária e para o pólo universitário existente na sede municipal.

História

A região do vale do Paraíba do Sul no Rio de Janeiro era totalmente coberta por florestas virgens no final do século XVIII.
O território da atual, sede do município de Valença, era habitado na época pelos índios Coroados, que dominavam toda a zona compreendida entre os rios Paraíba do Sul e Preto. O nome Coroados é uma denominação geral dos portugueses para todas as tribos que usavam cocares em forma de coroa. Rugendas, escreveu que, os Coroados da região eram resultantes do cruzamento dos Coropós com os temíveis Goitacás de Campos, fato discutível, embora, segundo Debret, Coroados e Coropós fossem muitas vezes confundidos pela semelhança.

Rua dos mineiros antiga (em cima)
Rua dos mineiros atual (em baixo)


















Os Coroados eram divididos em Araris e Puris (ou Paris ou Purus), sendo estes últimos em menor número. Ainda havia na região outras tribos como os Tampruns e Sazaricons, igualmente chamados Coroados.
O esgotamento do ouro nas Minas Gerais causou um forte fluxo migratório de mineiros para ocupação das terras virgens existentes no vale do rio Paraíba do Sul. Entretanto, as tribos de índios viviam nômades na região e geravam insegurança
entre os proprietários das sesmarias que eram
doadas em suas terras. Os índios Coroados eram especialmente temidos pela ferocidade que exibiam em batalhas entre si e contra os portugueses.

O vice-rei do Brasil D. Luís de Vasconcelos e Souza ordenou em 1789 que fosse iniciada a catequese dos índios da região. Em 1800, o vice-rei incumbiu o fazendeiro José Rodrigues da Cruz, proprietário das fazendas Ubá e Pau Grande (atualmente na região de Vassouras), de "proceder à civilização" dos índios Coroados. O então capitão de ordenanças Inácio de Souza Werneck foi incumbido de "domesticar e aldear", isto é, de reunir os índios Coroados nas matas e conduzi-los para as aldeias onde deveriam se fixar. Assim foram liberadas terras que foram divididas em sesmarias e doadas ao primeiros colonizadores da região.

O vice-rei Dom Fernando José de Portugal nomeou em 1803 o padre Manoel Gomes Leal para o cargo de capelão, tendo-lhe o bispo Dom José Joaquim Justiniano conferido a jurisdição necessária para construir e benzer uma capela e um cemitério. Uma modesta capela dedicada a Nossa Senhora da Glória foi construída no principal aldeamento dos índios Coroados, o qual deu origem à atual cidade de Valença. Hoje é uma majestosa catedral onde se realiza anualmente em agosto uma das maiores festas religiosas do Brasil em louvor de N. S. da Glória. A aldeia de Valença foi habitada pelos Puris; a aldeia de Santo Antônio do Rio Bonito, que originou o atual distrito de Conservatória dos Índios, foi habitada pelos Araris.

O aldeamento dos índios da região continuou, procurando-se concentrar os aglomerados indígenas com outros índios que também perambulavam pela região.

A aldeia de índios foi elevada a freguesia de Nossa Senhora da Glória de Valença por Carta Régia de 19 de agosto de 1807. O nome foi dado em homenagem ao vice-rei Dom Fernando José de Portugal, descendente dos nobres da cidade espanhola de Valência.

Todos os historiadores elogiam a atuação de pessoas como José Rodrigues da Cruz, Inácio de Souza Werneck, padre Manoel Gomes Leal, Miguel Rodrigues da Silva, entre outros, no aldeamento e na proteção dos indígenas. Entretanto, apesar de ter ocorrido de forma quase que pacífica, o aldeamento dizimou os indígenas da região. O contato com os colonizadores favoreceu a propagação de doenças contra as quais os índios não tinham imunidade. Foi especialmente danosa uma epidemia de varíola que se propagou nesta época por várias aldeias. Além disto, os colonizadores que chegavam entravam em confrontos constantes com os índios sem respeitar qualquer direito que estes tinham às suas terras. As sesmarias que foram pedidas ao vice-rei para estabelecimento dos índios sedentários nunca foram concedidas, exceto uma localizada na parte do sertão conhecida como Santo Antonio do Rio Bonito e depois como Conservatória dos Índios.
Assim como ocorreu com todas as aldeias da província do Rio de Janeiro, no final restou apenas a população branca, que logo aumentou, atraída pela fertilidade do solo. Os poucos índios que sobraram, mudaram-se para outras localidades como Pomba, São Vicente Ferrer e Carangola na província de Minas Gerais.

Índios cruzando o rio Paraíba do Sul











Índios em uma fazenda
(Rugendas, c. 1835)















Índios Puris em cerimônia de dança
(Lalaisse, c. 1835)












Aldeia de índios no Rio de Janeiro

(Debret, c. 1835)

O capitão de ordenanças Inácio de Sousa Vernek construiu várias estradas na região de Valença durante esta fase de colonização. A estrada Werneck, então chamada de Caminho da Aldeia, que foi a primeira estrada para o sertão de Valença, ia desde a cidade de Iguaçu até o norte da capitania do Rio de Janeiro, na liha divisória com Minas Gerais demarcada pelo rio Preto. As estradas construídas por Inácio de Sousa Vernek ligavam a aldeia de Nossa Senhora da Glória de Valença e a aldeia de Santo Antônio do Rio Bonito (atual distrito de Conservatória) com a Estrada Real para Minas Gerais e os caminhos auxiliares para as freguesias de Sacra Família do Tinguá (atual distrito do município de Engenheiro Paulo de Frontin), Azevedo e Pilar do Iguaçu, de onde seguiam para a vila de Iguaçu. Um atalho permitia seguir rumo a Itaguaí. A estrada de Polícia permitiu aos viajantes que vinham de Minas Gerais cruzar o rio Paraíba do Sul nas proximidades de Desengano (atual distrito de Juparanã, em Valença) pela então povoação de Vassouras até Sacra Família do Tinguá.

Na Quaresma de 1814, a freguesia de Nossa Senhora da Glória de Valença contava com 119 fogos (casas), com 688 indivíduos adultos, sendo o total das pessoas superior a 700, sem contar os índios aldeados. Em 1820, havia em Valença mais de 1.000 luso-brasileiros e cerca de 1.400 indígenas espalhados nas diversas aldeias da região. No fim do séculoXIX, chegaram a Valença muitas famílias italianas, dando grande aceleração ao desenvolvimento desta cidade...

Mapa autógrafo de Inácio de Sousa Verneck mostrando os caminhos e rios do sertão de Valença em 1808

A freguesia foi elevada a vila de Nossa Senhora da Glória de Valença a 17 de outubro de 1823, abrangendo território desmembrado dos termos da cidade do Rio de Janeiro e das antigas vilas de São João Marcos do Príncipe e Resende, ocorrendo a sua instalação a 12 de novembro de 1826. A cultura do café espalha-se rapidamente pela região. A produção cafeeira da província do Rio de Janeiro atingiu 5.122 contos em 1828 e superou a produção de açúcar que foi de 3.446 contos. Como comparação, a província de São Paulo, que incluía então o Paraná, produziu apenas 250 contos de café em 1825 e somente em 1886 é que irá produzir mais café do que açúcar.

Entre 1856 e 1859, a província do Rio de Janeiro produziu 63.804.764 arrobas de café, enquanto as províncias de São Paulo e Minas Gerais juntas produziram apenas um quarto deste total. Com o grande crescimento econômico devido à cafeicultura, a vila foi elevada a cidade em 29 de setembro de 1857. Por volta de 1859, a cidade tinha cerca de 5.000 habitantes na sua sede e em todo o município tinha 40.000 habitantes entre homens livres e escravos. A necessidade de mão-de-obra para as plantações de café fez com o município tivesse uma das maiores populações negras da então província do Rio de Janeiro, senão do Brasil. Em 1888 ainda trabalhavam na lavoura de café cerca de 25.000 escravos.

A ferrovia "União Valenciana" chegou à cidade em 1871. O comércio atacadista prosperou na cidade incentivado pela facilidade de transporte e pelo desenvolvimento econômico devido à lavoura cafeeira.

A super-exploração e mau uso causaram o empobrecimento do solo e a a produção de café caiu em toda região. Entre 1879 a 1884, a província do Rio de Janeiro ainda produziu 55,91% do total de café exportado pelo Brasil; porém, em 1894 a produção despencou para apenas 20% do total. O município, assim como todo o vale do rio Paraíba do Sul, entrou então em decadência econômica.

Entretanto, Valença foi menos afetada do que as outras cidades da região devido à ferrovia que passava pela cidade, o que propiciou a criação de indústrias por alguns empresários locais. As indústrias têxteis começaram a surgir por volta de 1909 fundadas pelos empresários José Siqueira Silva da Fonseca, Benjamin Ferreira Guimarães e Vito Pentagna.

Antiga Estação Ferroviária de Valença
A Economia local também foi estimulada em 1910 quando a Estrada de Ferro Central do Brasil encampou as operações da antiga estrada de ferro "União Valenciana". A Estrada de Ferro Central do Brasil instalou oficinas e um Depósito na cidade. Houve investimentos locais com a construção da variante de Esteves, do trecho ferroviário entre Marquês de Valença e Taboas e de Rio Preto a Santa Rita de Jacutinga. Com isto, a população aumentou e o comércio local prosperou.

Ao mesmo tempo, as fazendas locais erradicaram os cafezais envelhecidos e passaram a dedicar-se à agro-pecuária. A produção leiteira prosperou na região.

Em 31 de dezembro de 1943, o topônimo Valença foi modificado para Marquês de Valença conforme Decreto-lei Estadual n.º 1056.

Rodoviária de Valença (antiga ferroviária acima)

Turismo


É uma cidade com um imenso potencial voltado para a área de ecoturismo, tendo como principal ponto deste, a Serra da Concórdia, que encontra-se a sudoeste da cidade e está situada entre os vales dos rios Preto e Rio Paraíba do Sul. É a única região que possui duas Unidades de Conservação públicas acrescendo de uma privada. Ainda nesta região encontram-se os, Parque Natural Municipal do Açude da Concórdia e Estadual da Serra da Concórdia, o Santuário de Vida Silvestre da Serra da Concórdia e a Serra dos Mascates. Há também o Ronco D'Água, um balneário com cachoeira natural. Possui uma festa tradicional nomeada de Festa da Nossa Senhora da Glória, no mês de agosto, para homenagear a padroeira da cidade.

Além do contato com a natureza, é também uma cidade histórica cheia de cultura com várias das Fazendas do Ciclo do Café, podendo serem visitadas, a casa de Léa Pentagna, a Catedral de Nossa Senhora da Glória, a Praça Visconde do Rio Preto (apelidada de Jardim de Cima), a Praça XV de Novembro (Jardim de Baixo), o Museu da Arte Sacra da Catedral, o Museu Capitão Pitaluga (militar), o Museu da Antiga Santa Casa de Misericórdia, o Prédio da Câmara Municipal de Valença, o Teatro Rosinha de Valença, a Igreja Nossa Senhora do Rosário, o Memorial Afro, o Mirante do Cruzeiro, o Museu Ferroviário, a Feira de Artesanato (Jardim de Cima, nos finais de semana). Estes sendo no Centro de Valença, ainda possui diversas atrações e atrativos turísticos nos arredores e no conhecido distrito de Conservatória, a capital da seresta.

Cultura

O Quilombo e as origens do samba

O Quilombo São José é uma comunidade centenária onde moram cerca de 200 negros de uma mesma família ancestral, que, durante a escravidão, trouxe de Angola para as fazendas de café da região Sudeste do Brasil-Colônia para o Brasil a dança do Jongo.

O jongo é uma dança de roda considerada uma das origens do samba e é reconhecida pelo Governo Federal como Patrimônio Histórico Nacional.

O Quilombo São José é o berço do jongo, no Município de Valença, Rio de Janeiro, terra da lendária jongueira e sambista Clementina de Jesus.

Essa família pertence unida há 150 anos na mesma terra e mantêm ricas tradições como o jongo, a umbanda, o calango e o terço de São Gonçalo, a medicina natural, rezas e benzeduras, a agricultura familiar entre outras. A comunidade até hoje é composta inclusive por diversos idosos com mais de 90 anos e até alguns anos atrás não possuía luz elétrica. A floresta, as casas de barro com telhados de palha, o candeeiro, o ferro à brasa e o fogão de lenha ainda fazem parte do cotidiano.

No dia 2 de fevereiro de 2009, o presidente do INCRA ( Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA) assinou a portaria de titulação das terras Quilombo São José e encaminhou o processo para a assinatura final do Presidente Lula, última etapa para a desapropriação dessas terras, que até hoje não pertencem à comunidade, num processo que já dura dez anos.

A Folia de Reis: um forte elemento da cultura local

Uma outra manifestação cultural muito comum em Valença é a Folia de Reis, realizada anualmente onde se comemora o nascimento de Cristo Jesus.

A Folia de Reis foi introduzida no Brasil-Colônia pelos portugueses no século XIX. É um espetáculo popular das festas de Natal e Reis, cuja ribalta é a praça pública, a rua, podendo também ser apresentado em residências.



A Folia de Reis constitui um dos mais originais folguedos folclóricos. É uma folia conhecida também em Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo. No interior, é uma dança do período natalino em comemoração aos nascimento do Menino Jesus e em homenagem aos Reis Magos: Gaspar, Melchior e Baltasar, que levaram ouro, incenso e mirra, que representam as três dimensões de Cristo (realeza, divindade e humanidade).

Existem em Valença inúmeros grupos de Folia de Reis, que se apresentam todos os anos e se reúnem na Catedral de N.S. da Glória no Encontro de Foliões.

A Folia de Reis é composta por quatro a seis mascarados, que brincam e entretêm a festa. Eles também devem proteger o Menino Jesus e confundir os soldados de Herodes. Uma orquestra de violas, banjos, violões, zabumba, Triangulos, pandeiros, maracás e sanfonas pulsam na regularidade de um organismo. Seus acordes servem de orientação às vozes e ordenam a evolução do espetáculo. O tempo da toada é circular, um convite ao desprendimento mundano e a busca de uma aliança com o divino. A paleta acorda o cavaquinho para ressoar um som que deve agradar o ouvido dos santos. A história narrada por intermédio de cantos são contadas por um solista e um coro responde a ele em uníssono por repetidas vezes.

Conservatória-
Capital da Seresta
A seresta: muita música e tradição
A seresta é muito comum em Conservatória, distrito do município e até mesmo na sede municipal.

A história conta que, no período de 1860 a 1880, com o desenvolvimento de Conservatória, devido às grandes lavouras de café e ao escoamento das produções de Minas Gerais, a influência da côrte trouxe para a Vila alguns professores de música, principalmente de piano e violino, instrumentos que a alta sociedade desfrutava àquela época. Daí, sabe-se que professores de música: Venâncio da Rocha Lima Soares, Carlos Janin, Geth Jansen e Andréas Schmidt ficaram famosos, principalmente este último, que era virtuoso no violino. Os artistas da côrte vinham periodicamente a Conservatória fazer saraus, quando alegravam as famílias dos nobres que habitavam estas paragens. Esses artistas, em noites enluaradas se reuniam na Praça da Matriz, ao lado do chafariz, do poste de luz a querosene e dos bancos da praça e faziam uma verdadeira serenata aos fazendeiros, barões e suas famílias e o povo se postava à distância assistindo e aplaudindo.


Antiga Maria Fumaça
Um dos símbolos da história do lugar, que está logo na entrada na cidade: a antiga Maria Fumaça, da Rede Mineira de Viação, que puxava os vagões de passageiros e também o trem com a produção de café, hoje estacionada em frente à antiga Estação Ferroviária de Conservatória, atual rodoviária. A linha ferroviária e a estação, inauguradas por D. Pedro II em 21 de novembro de 1883, foram extintas após a instalação da indústria automobilística no Brasil e da política de construção de rodovias para privilegiar o transporte rodoviário de cargas, nos anos 60. Por aquela ferrovia, o vilarejo se interligava com o Rio e Minas, partindo de Barra do Piraí e chegando até Baependi, após Santa Rita do Jacutinga, em Minas Gerais. A primeira locomotiva de Conservatória, a de número 1, veio de Filadélfia, EUA, no ano de 1910, numa viagem de 30 dias de navio. Essa que está exposta é a de número 206, que já está aqui há 20 anos.

Foi na década de 50, com a partida do notável seresteiro Emérito Silva
("Merito"), que Joubert e José Borges assumiram, gradualmente, a liderança da serenata. José Borges formou-se advogado e Joubert em professor de matemática. Trabalharam nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Nessa época as serenatas aconteciam apenas no período das férias escolares e nos feriados prolongados, porém, diariamente.


Foi por volta da década de 60, na residência de José Borges, na rua Oswaldo Fonseca, que os amantes da boa música começaram a se reunir antes das serenatas e isso formou um hábito e as lembranças e fotos antigas começaram a ser colocadas em suas paredes, tornando-se o ponto de encontro dos seresteiros. O povo começou a chamar esse local de "Museu da Seresta" que surgiu por acaso, não foi planejado, aconteceu. Nessa velha casa de apenas
uma porta e duas janelas, bem altas, construção antiga com seus beirais enormes, telhas coloniais, é que se encontra todo um mundo de saudades e de recordações com um completo documentário sobre as serenatas de Conservatória. Velhos discos, fotografias, recortes de jornais, livros, pinturas de vários artistas sobre Conservatória, troféus, mensagens de carinho, formando um acervo riquíssimo sobre músicas de serenatas. E a serenata foi se tornando cada vez mais conhecida. As notícias nos jornais sobre o romantismo existente em Conservatória aumentava sem parar. Novos seresteiros continuaram a despontar.

Na década de 70 surgiu o projeto das plaquinhas de metal colocadas nas esquinas, constando além do nome da música, o nome do compositor. O intuito era imortalizá-lo. Era o início do projeto "em cada esquina uma canção", (frase esta criada para sentir a opinião da população local com relação às plaquinhas), idealizado pelos irmãos Freitas. Os moradores se interessaram e quiseram uma plaquinha com o nome de sua música preferida fixada em suas residências. E cada vez mais, num crescente constante, Conservatória passou a respirar música, amor e poesia, tornando-se a "Vila das ruas Sonoras" e, o projeto inicial "em cada esquina uma canção", transformou-se para "em toda casa uma canção".
Igreja de Sto. Antônio em Conservatória
O substancial número de turistas todos os finais de semana provocou modificações na serenata, que evoluiu do canto à janela da amada, no silêncio da madrugada, até a emocionante confraternização musical que acontece atualmente, pelas ruas do centro urbano, nas noites de sextas e sábados e, mais recentemente, nas manhãs de domingo.

Fiéis à tradição, os "cantadores" e "violeiros" apresentam-se sem qualquer ajuda de equipamento eletrônico, contando exclusivamente com a participação dos visitantes, seja para acompanhar na cantoria, ou para fazer silêncio, de forma que todos possam ouvir. Ao visitar Conservatória, descobre-se a diferença entre seresta e serenata: a primeira refere-se ao canto em ambiente fechado, a segunda, ao canto sob o sereno, à luz das estrelas e do luar. É a serenata que diferencia Conservatória de qualquer outro lugar do país. No entanto, divulgações equivocadas, referem-se a Conservatória como "Cidade das Serestas" quando o mais correto seria "Cidade das Serestas e Serenatas", ou simplesmente "Capital da Serenata", no dizer do jornalista Gianni Carta, em publicação na Inglaterra.
É bom frisar, que Conservatória é um distrito de Valença, distando desta aproximadamente 35km.

A Cultura jovem

Como já foi mostrado, Valença tem uma rica cultura musical devido às muitas heranças por ela recebida. A seresta, o jongo, o chorinho, o samba fazem parte da cultura da cidade por parte de sua história como uma grande cidade cafeeira. Entretanto, existem outros rítimos alternativos de influência estrangeira. Existem vários grupos musicais em crescimento nos mais diversos estilos, dando destaque ao rock e ao pagode.

Existem também em Valença, algumas casas noturnas e bares onde os jovens se reúnem para aproveitar o fim de semana. Devemos dar destaque aos eventos como o "Festival de Inverno de Valença", que, promovido pela Rede Jovem Valenciana, visa reunir arte como artesanatos, dança e etc, com música, em especial, serestas, bossa nova, MPB e samba. Além do projeto "Café, Cachaça e Chorinho", que também é realizado em outras cidades do Vale do Café, como por exemplo em Barra do Piraí, Vassouras, etc., etc.

Educação

Fundação Dom André Arcoverde (FAA) / CESVA - Centro de Ensino Superior de Valença

A Fundação Educacional Dom André Arcoverde foi iniciada a partir do projeto do vereador Prof. Miguel Augusto Pellegrini no dia 29 de março de 1965. Seu nome presta uma homenagem ao bispo da diocese de Valença, nos anos de 1925 a 1936, Dom André Arcoverde, que foi um dos primeiros educadores da cidade. A Fundação Educacional Dom André Arcoverde, cuja sigla é FAA, foi criada em Assembleia Geral no dia 3 de julho de 1966, como pessoa jurídica de direito privado, sendo uma entidade educativa de natureza filantrópica, com sede e foro na cidade de Valença. A FAA é a mantenedora do Centro de Ensino Superior de Valença (CESVA) que reúne várias faculdades e um colégio.

Dentre os cursos superiores por ela mantidos, os que se destacam são os cursos de direito, medicina, medicina veterinária, história, filosofia, economia, odontologia, enfermagem e outros mais.

Colégio Valenciano São José de Aplicação

O Colégio São José, assim como o CESVA, é mantido pela FAA sendo autorizado a funcionar no dia 6 de junho de 1968. No colégio funcionam o Ensino Médio, nos horários da manhã e da tarde e Educação Profissional - Curso Técnico de Enfermagem durante a noite.

Instituto de Educação Deputado Luiz Pinto

É uma tradicional instituição de ensino da cidade, funciona desde o ano de 1964. Desde sua fundação é oferecido o Curso Normal, hoje denominado Magistério ou Curso de Formação de Professores. Até o ano de 2007 a escola mantinha as séries iniciais do Ensino Fundamental e Educação Infantil em seu prédio anexo, entretanto, essas foram municipalizadas deixando apenas as séries do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Magistério e o prédio anexo conhecido Prédio Rosa, por ser da cor rosa, foi ameaçado de passar para a prefeitura.
A municipalização das séries iniciais causou muita polêmica e diversas manifestações por parte de professores e alunos.

Colégio Sagrado Coração de Jesus

É um dos mais antigos e tradicionais colégios de Valença. É uma instituição religiosa administrada pela Congregação das Pequenas Irmãs da Divina Providência fundada pela Beata Madre Teresa Grilo Michel, na Itália. É também, uma instituição muito antiga, pois tem 80 anos de idade e na atualidade o colégio oferece as modalidades do Maternal até ao Ensino Médio.

Artesanato Nossa Senhora Aparecida

É mais um tradicional colégio da cidade, iniciando os seu trabalhos com aulas de artes, tendo logo depois o Ensino Fundamental. Foi, assim como o Colégio Sagrado Coração de Jesus, fundado por Irmãs, que construíram um amplo prédio em um terreno doado pela Família Jannuzzi.

No início da década de 1980, o colégio deixou de ser Noviciado, mas continuou sendo Casa de Formação, acolhendo Aspirantes e Postulantes. Nesse período entrou em atividade a Educação Infantil e a Classe de Alfabetização. No ano de 1984, iniciou-se uma obra de atendimento às crianças e adolescentes carentes da cidade e arredores.

Desde 1993, o colégio recebeu a autorização de ministrar o Ensino Fundamental de 1ª a 4ª séries, sendo que a partir de 1999 encaminhou-se a implantação de 5ª a 8ª série, que hoje se torna disponível.

Associação Balbina Fonseca / Escola Municipal Balbina Fonseca

A Associação Balbina Fonseca mantém, em conjunto com a Prefeitura Municipal, a Escola Municipal Balbina Fonseca. Foi fundada no dia 1º de março de 1939 pelo Comendador José Siqueira Silva da Fonseca, em homenagem a sua esposa Balbina Fonseca. Atualmente funciona apenas o Ensino Fundamental no colégio. Possui um grande ginásio poliesportivo, que leva o nome do presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio, José Gomes Graciosa e agora possui também um teatro super equipado, que leva o nome de Paulo Demarchi Gomes; e junto a todo o projeto educacional, a Banda de Tambores da ABF veio com o intuito de trazer lazer e diversão, a quem deseja participar, e muito mais.

Colégio Estadual Theodorico Fonseca

O Colégio Theodorico Fonseca é uma das obras arquitetônicas históricas mais antigas da cidade. A princípio não era uma escola, mas sim, a casa de um rico francês chamado Seule que vendeu o imóvel ao seu vizinho Manoel Jacinto Soares Vivas. Vivas vendeu o imóvel para o barão de Rio Preto, que era um dos maiores cafeicutores da região de Valença. O colégio em si só foi tomar forma quando a baronesa do Rio Preto vendeu o palacete para quitar algumas dívidas. Após isso, o palacete se tornou Clube Recrativo de Valença, no ano de 1893 sendo vendido e alugado por algumas pessoas.

Em 1902, o Sr. José Facieira compra o palacete e funda o Colégio Cruzeiro do Sul. No ano de 1905, o patrimônio foi transferido a D. Maria Rita de Melo Faceira por falecimento de seu marido.

Em 1908, a viúva vende ao Comendador Antonio Jannuzzi, que posteriormente foi doado à Igreja Presbiteriana de Valença. Jannuzzi, que era presbiteriano, transformou o palacete em Atheneu Valenciano Presbiteriano.

No ano de 1925 a Igreja Presbiteriana vende o imóvel para o Coronel Manoel Joaquim Cardoso, que o incorporou à sua firma transformando o então Ateneu Presbiteriano na Pensão de Dona Carola.

Em 1938, o imóvel é adquirido pela Associação Protetora da Criança (Associação Balbina Fonseca) de José Fonseca que realiza grandes reformas internas no casarão. Ele o transforma mais uma vez em colégio, popularmente chamado de abrigo ou Lar José Fonseca.

Com o fechamento do abrigo, o casarão passa a ser ocupado pelo Colégio Estadual Theodorico Fonseca, situação que se encontra atualmente. Em 2000, o Governo do Estado do Rio de Janeiro desapropria o imóvel, permanecendo assim com a mesma função. Hoje o Theodorico Fonseca oferece apenas as séries secundárias do Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries), no horário da manhã, Ensino Médio no horário da tarde e Ensino Médio e Técnico à noite.

Colégio Estadual Benjamim Guimarães

O Colégio Benjamim Guimarães teve início no ano de 1921 com este nome. Entretanto, assim como o Theodorico Fonseca,o colégio passou por várias fases. O Benjamim Guimarães foi fundado em 1900, quando o Governo criou o Grupo Escolar Alonso Adjunto, porém um lamentável incêndio destruiu por completo o colégio na noite de 29 de junho de 1901. Em 1919, por iniciativa do Presidente do Estado, Raul de Moraes Veiga, é reconstruído no mesmo local o Grupo Escolar Casimiro de Abreu. Pelo decreto de nº 208 de 30/08, o Grupo Escolar passa a se chamar Cel. Benjamim Guimarães.

Atualmente o colégio dispõe de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Médio Profissionalizante.

Outras Instituições

Existem outros cursinhos, supletivos, colégios importantes como o Colégio Estadual José Fonseca, o Colégio Estadual Dr. Oswaldo Terra , o Colégio Estadual Coronel Benjamin Guimarães, o Centro de Ensino Supletivo, o Pólo Agrícola, o Colégio LAF e tantos outros.

Valencianos ilustres

Alguns valencianos famosos:

* Dulcina de Moraes, uma das maiores atrizes do teatro brasileiro e fundadora da Fundação Brasileira de Teatro.
* Clementina de Jesus, cantora e um dos grandes nomes do samba.














* Sérgio Chapelin, um dos mais importantes jornalistas da Rede Globo.
* Edney Silvestre, jornalista e escritor brasileiro conhecido por ser correspondente internacional da Rede Globo de Televisão.
* Rosinha de Valença, uma importante violonista e compositora da MPB.












* Solange Paiva Vieira, economista brasileira e diretora-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
* Michael Jackson, (apelido de Mariléia dos Santos), ex-jogadora da Seleção Brasileira de Futebol Feminino.
* Agnelo França, compositor, pianista, regente e professor de Villa-Lobos, Radamés Gnattali e outros dos mais importantes músicos brasileiros de todos os tempos.
* Zair Cançado, radialista brasileiro que ajudou na fundação da Rádio Nacional de Brasília e da TV Nacional e membro do Conselho Administrativo da Associação Brasileira de Imprensa
* Benevenuto dos Santos Neto, prefeito do município de Volta Redonda nos anos de 1982 e 1986.
* Elmano Cardim, jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras(ABL).
* Álvaro Rocha, interventor do Rio de Janeiro no ano de 1947.
* Azevedo Pimentel, importante jornalista e higienista brasileiro.
* José Graciosa, prefeito de Valença nos anos 80 e presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro nos anos de 2001 a 2006.
* Raul Fernandes, governador do Rio de Janeiro nos anos de 1922 e 1923 e Ministro das Relações Exteriores dos governos Dutra e Café Filho.
* Leoni Iório, historiador, poeta, jornalista, farmacêutico e professor. Autor do livro "Valença de Ontem e de Hoje" - 1953

Distância das capitais

Valença - Rio de Janeiro: 162 km

Valença - São Paulo : 392 km

Valença - Belo Horizonte: 365 km

Valença - Vitória: 517 km


Referências

1. ↑ a b Divisão Territorial do Brasil. Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
2. ↑ IBGE (10 out. 2002). Área territorial oficial. Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Página visitada em 5 dez. 2010.
3. ↑ Censo Populacional 2010. Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de novembro de 2010). Página visitada em 11 de dezembro de 2010.
4. ↑ Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
5. ↑ a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Página visitada em 11 dez. 2010.
6. ↑ a b c d e f g h i j História de Valença. Visitado em 1 de outubro de 2008.
7. ↑ a b c d e f g IORIO, Leoni. "Valença de Ontem e Hoje - 1789-1952 – Subsídios para a História do Município de Marquês de Valença" – 1ª. edição. Juiz de Fora/MG:Companhia Dias Cardoso, 1953.
8. ↑ a b CASTRO, Maria Werneck de. "No Tempo dos Barões". Rio de Janeiro: Bem-te-vi Produções Literárias, 2006. pp.78-80
9. ↑ a b BRAGANÇA Júnior, Álvaro Alfredo. "O Topônimo Conservatória à Luz da Corrente 'Wörter und Sachen'" (Visitada em 2 de outubro de 2008)
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