ZUMBI DOS PALMARES



A palavra Zumbi, ou Zambi, vem do termo "nzumbi", do idioma africano quimbundo, e significa, a grosso modo, "duende". No Brasil, Zumbi significa um fantasma que, segundo a crença popular afro-brasileira, vagueia pelas casas a altas horas da noite.

Histórico

O Quilombo dos Palmares (localizado na atual região de União dos Palmares, Alagoas) era uma comunidade auto-sustentável, um reino (ou república na visão de alguns) formado por escravos negros, que haviam escapado das fazendas, prisões e senzalas brasileiras. Ele ocupava uma área próxima ao tamanho de Portugal e situava-se onde era o interior da Bahia, hoje estado de Alagoas. Naquele momento sua população alcançava por volta de trinta mil pessoas.

Zumbi nasceu em Palmares, Alagoas, livre, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado como Francisco, Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.

Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco cansado do longo conflito com o Quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita, mas Zumbi rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de seu tio, Ganga Zumba prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, tornando-se assim o novo líder do quilombo de Palmares.

Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antonio Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos). Apunhalado, resiste, mas tem que fugir com mais 20 guerreiros que o acompanharam para o exílio. Quase dois anos após a fuga é morto juntamente com esses 20 companheiros, que o haviam seguido. Era o dia de 20 de novembro de 1695. Teve sua cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.

Em 14 de março de 1696 o governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro escreveu ao Rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros, que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem, que esta empresa, acabava de todo com os Palmares."

Polêmicas

Alguns autores levantam a possibilidade de que Zumbi não tenha sido o verdadeiro herói do Quilombo dos Palmares e sim Ganga-Zumba:

"Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniqüidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia.

Segundo alguns estudiosos Ganga Zumba teria sido assassinado pelos partidários de Zumbi, que os negros de Palmares elevaram a categoria de chefe. Chefe Zumbi!
A morte de Ganga-Zumba, deveu-se à não concordância dos negros de Palmares, com o acordo de paz por este assinado com os portugueses em 1678.
"Depois de feitas as pazes em 1678, os negros mataram o rei Ganga-Zumba, envenenando-o, e Zumbi assumiu o governo e o comando-em-chefe do Quilombo.

O governo de Ganga-Zumba também teria sido caracterizado pelo despotismo: se algum negro fugia dos Palmares, eram logo enviados outros negros em seu encalço e, uma vez capturado, era este executado devido à severa justiça do quilombo.

Cronologia
Mais ou menos em 1600: negros fugidos do trabalho escravo nos engenhos de açúcar, onde hoje são os estados de Pernambuco e Alagoas no Brasil, fundam na serra da Barriga o Quilombo dos Palmares. Os quilombos, eram povoados de resistência, seguiam os moldes organizacionais da república e recebiam escravos fugidos da opressão e tirania. Para muitos era a terra prometida, um lugar para fugir da escravidão. A população de Palmares em pouco tempo já contava com mais de 3 mil habitantes. As principais funções dos quilombos eram a subsistência e a proteção dos seus habitantes, e eram constantemente atacados por exércitos e milícias.
Em 1630, começam as invasões holandesas no nordeste brasileiro. O que desorganiza a produção açucareira e facilita as fugas dos escravos. Em 1644, houve uma grande tentativa holandesa de aniquilar com o quilombo de Palmares, que como nas investidas portuguesas anteriores, foi repelida pelas defesas dos quilombolas.
Em 1654, os holandeses deixam o nordeste brasileiro.
Em 1655, nasce Zumbi, num dos mocambos de Palmares, neto da princesa Aqualtune.
Por volta de 1662 (data não confirmada), criança ainda, Zumbi é aprisionado por soldados portugueses e levado a Porto Calvo, onde é "dado" ao padre jesuíta António Melo. Este o batizou com o nome de Francisco. Zumbi passou a ajudar nas missas e estudar português e latim.
Em 1670, Zumbi, aos quinze anos de idade foge e regressa a Palmares. Neste mesmo ano de 1670, Ganga Zumba, filho da Princesa Aqualtune, tio de Zumbi, assume a chefia do quilombo, então com mais de trinta mil habitantes.
1675: Na luta contra os soldados portugueses comandados pelo Sargento-mor Manuel Lopes, Zumbi revela-se grande guerreiro e organizador militar. Neste ano, a tropa portuguesa comandada pelo Sargento-mor Manuel Lopes, depois de uma batalha sangrenta, ocupa um mocambo com mais de mil choupanas. Depois de uma retirada de cinco meses, os negros contra-atacam, entre eles Zumbi com apenas vinte anos de idade, e após um combate feroz, Manuel Lopes é obrigado a se retirar para Recife. Palmares se estendia então da margem esquerda do São Francisco até o Cabo de Santo Agostinho e tinha mais de duzentos quilômetros de extensão, era uma república com uma rede de onze mocambos, que se assemelhavam as cidades muradas medievais da Europa, mas no lugar das pedras haviam paliçadas de madeira. O principal mocambo, o que foi fundado pelo primeiro grupo de escravos foragidos, ficava na Serra da Barriga e levava o nome de Cerca do Macaco. Duas ruas espaçosas com umas 1500 choupanas e uns oito mil habitantes. Amaro, outro mocambo, tem 5 mil. E há outros, como Sucupira, Tabocas, Zumbi, Osenga, Acotirene, Danbrapanga, Sabalangá, Andalaquituche.
Em 1678, Pedro de Almeida, governador da capitania de Pernambuco, a quem mais interessava a submissão do que a destruição de Palmares, pois após inúmeros ataques com a destruição e incêndios de mocambos, eles eram logo reconstruídos. Os habitantes dos mocambos faziam esteiras, vassouras, chapéus, cestos e leques com a palha das palmeiras. E extraiam óleo da noz de palma, as vestimentas eram feitas das cascas de algumas árvores, produziam manteiga de coco, plantavam milho, mandioca, legumes, feijão e cana e comercializavam seus produtos com pequenas povoações vizinhas, de brancos e mestiços. Sendo assim o governador propôs ao chefe Ganga Zumba a paz e a alforria para todos os quilombolas de Palmares. Ganga Zumba aceita, mas Zumbi é contra, não admite que uns negros sejam libertos e outros continuem escravos. Além do mais eles tinham suas próprias Leis e Crenças e teriam que abrir mão de sua cultura.
Em 1680, Zumbi assume o lugar de Ganga Zumba em Palmares e comanda a resistência contra as tropas portuguesas. Ganga Zumba morre assassinado com veneno.
Em 1694, Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo comandam o ataque final contra a Cerca do Macaco, principal mocambo de Palmares e onde Zumbi nasceu, cercada com três paliçadas cada uma defendida por mais de 200 homens armados, após 94 anos de resistência, sucumbiu ao exército português, e embora ferido, Zumbi consegue fugir.
Em 1695, 20 de novembro, Zumbi foi traído e denunciado por um antigo companheiro, sendo assim localizado, preso e degolado, aos 40 anos de idade. Zumbi ou "Eis o Espírito", virou uma lenda e foi amplamente citado pelos abolicionistas como herói e mártir.

Tributo

Escultura em homenagem a Zumbi dos Palmares em Poá - SP.Zumbi é hoje, para determinados segmentos da população brasileira, um símbolo de resistência.
Em 1995, a data de sua morte foi adotada como o dia da Consciência Negra. É também um dos nomes mais importantes da Capoeira.

Atualmente, o dia 20 de novembro, feriado em mais de 200 cidades brasileiras, é celebrado como o Dia da Consciência Negra. O dia tem um significado especial para os negros brasileiros, que reverenciam Zumbi como o herói que lutou pela liberdade e como um símbolo de liberdade. Hilda Dias dos Santos incentivou a criação do Memorial Zumbi dos Palmares.
Infelizmente, esta é uma página da luso brasilidade não muito feliz, mas que não deve servir de alimento separatista. A escravidão foi e é uma página triste na história da humanidade, principalmente no continente americano, sem requintes de ódio, mas apenas uma necessidade de mão de obra. De qualquer forma, há que reconhecer a contribuição dos negros no desenvolvimento da Terra Brasileira! E a melhor maneira de fazê-lo é dar-lhes ferramentas para que eles sem essa de esmolas ou caridades, possam assumir seu espaço na sociedade brasileira. E a mais importante ferramenta é o acesso à cultura!..

Matéria em construção...

CARNE COM LEGUMES E FRANGO COM BATATAS


...E ASSIM NASCEU CURITIBA




A Fundação de Curitiba...


...Já era fim de tarde do dia 18 de novembro de 1668. Estavam ali, próximo ao rio Ivo, serra acima, trinta "homens bons" e vários indígenas, dentre eles o cacique da tribo Tingui, chamado de Tindiquera. Entre os brancos estavam Baltazar C. dos Reis, Mateus Leme, o capitão das canoas do sul - Eleodoro Ebano Pereira e, na minha opinião, a figura mais importante e responsável por aquela reunião, Soares do Vale. Naquela noite, o cacique Tindiquera fincou o cajado na terra, indicando o local onde seria seguro construir a igreja para a Santa (Nossa Senhora da Luz). - Core-Atuba. (Core: pinhão; Atuba: região com muitas árvores frutíferas.) - Essas foram as palavras do índio.
A partir daquela noite, a Vila de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais de Core-Atuba estava fundada.
A data da fundação da cidade de Curitiba mudou para 29 de março de 1693 quando em 1906 os historiadores entraram em consenso.

Agora vamos falar um pouco de alguns dos principais responsáveis pela fundação da cidade.

- Cacique Tindiquera: cacique da tribo Tingui, que vivia na região onde hoje está a cidade de Curitiba. Suas casas não eram ocas tradicionais, mas sim buracos na terra, pois a região era muito fria.

- Soares do Vale - fugiu da capitania de São Paulo por conta de um desentendimento com o governador da mesma. Foi parar às margens de um rio, numa região à qual os índios denominavam de Atuba. (muitas árvores frutíferas). Como os indios eram amigaveis, Soares do Vale, mandou recado para sua família e seus amigos virem ao seu encontro.

Vieram eles, então, trazendo uma estátua de madeira de uma Santa ( Nossa Senhora da Luz) da qual eram devotos.

Aqui chegando, estabeleceram-se às margens do rio Atuba e o local ficou conhecido como Villinha.

Queriam eles construir uma capela para a Santa. Para isso improvisaram então um altar. Mas, verificaram que a santa, milagrosamente, mudava de posição de um dia para o outro, como se quisesse apontar um outro lugar para a construção da capela.
Impressionados com o fato da santa mudar de posição, os moradores da Vilinha foram mudando de lugar, dia após dia, até que a santa finalmente parou de se mexer.

Estavam eles às margens do rio Ivo, onde exploradores e faiscadores já haviam descoberto ouro.
Mas, só tinha um problema. Grande parte daquela região ficava alagada quando das cheias dos rios (Ivo, Belém, etc...).

Perguntaram então para o cacique da tribo Tingui se havia algum local que não inundava com as cheias e pediram para que ele apontasse.

O cacique da tribo Tingui, no entardecer do dia 18 de novembro de 1668 apontou o local.
Este local era um antigo cemitério indígena e não alagava. Ali foi construída a capela para a Santa, que transformou-se na catedral de Curitiba e na Praça Tiradentes.

Essa, senhoras e senhores é uma das versões para a fundação da cidade de Curitiba, extraída de pesquisas realizadas em vários livros e na internet.

Então...
será que não tinha um outro nome... para homenagear e para dar o nome à praça que hoje se denomina Tiradentes?
Foi proposital, alienação ou falta de vontade mesmo ?
Um grande abraço e até a próxima.
Postado por Luiz Fernando Corcini

comentários:
Anônimo disse...
Eu acho que os internautas têm que valorizar a parte histórica do Paraná!!!tanto de Curitiba que é a cidade central do paraná quanto as outras cidades!!!



Curitiba
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Município de Curitiba

"Cidade Sorriso"
"Capital Ecológica do Brasil"
"Capital das Araucárias"

Aniversário: 29 de março
Fundação: 29 de março de 1693 (317 anos)
Gentílico: curitibano
Prefeito(a): Luciano Ducci (PSB) (2009–2012)

Localização de Curitiba no Brasil
25° 25' 47" S 49° 16' 19" O25° 25' 47" S 49° 16' 19" O
Unidade federativa: Paraná
Mesorregião: Metropolitana de Curitiba IBGE/2008
Microrregião: Curitiba IBGE/2008
Região metropolitana: Curitiba
Municípios limítrofes: Almirante Tamandaré, Colombo, Pinhais, São José dos Pinhais, Fazenda Rio Grande, Araucária, Campo Largo e Campo Magro.
Distância até a capital: 1 392 km

Características geográficas
Área: 434,967 km²
População: 1 851 215 hab. est. IBGE/2009
Densidade: 4 255,99 hab./km²
Altitude: 945 m
Clima: subtropical Cfb
Fuso horário: UTC-3

Indicadores
IDH: 0,856 (PR: 1º) – elevado PNUD/2000
PIB: R$ 37 791 140 mil (BR: 5º) – IBGE/2007
PIB per capita: R$ 21 025,00 IBGE/2007

Curitiba é um município brasileiro, capital do estado do Paraná, localizada a 945 metros de altitude no primeiro planalto paranaense, a aproximadamente 110 quilômetros do Oceano Atlântico. Em 2007, segundo a revista norte-americana Reader's Digest, era a cidade com melhor qualidade de vida do Brasil. É a sétima cidade mais populosa do Brasil e a maior do sul do país, com uma população de 1 851 215 habitantes. É a cidade principal da Região Metropolitana de Curitiba, formada por 26 municípios e que possui 3 172 357 habitantes sobre uma área de 15 447 km², o que a torna a oitava região metropolitana mais populosa do Brasil.

Fundada em 1693, a partir de um pequeno povoado bandeirante, Curitiba se tornou uma importante parada comercial com a abertura da estrada tropeira entre Sorocaba e Viamão. Em 1853 tornou-se a capital da recém-emancipada província do Paraná e desde então a cidade, conhecida pelas suas ruas largas, manteve um ritmo de crescimento urbano fortalecido pela chegada de uma grande quantidade de imigrantes europeus ao longo do século XIX, na maioria alemães, poloneses, ucranianos e italianos, que contribuíram para a diversidade cultural que permanece até hoje. A cidade experimentou diversos planos urbanísticos e legislações que visavam conter seu crescimento descontrolado e que a levaram a ficar famosa internacionalmente pelas suas inovações urbanísticas e o cuidado com o meio ambiente. A maior delas foi no transporte público, cujo sistema inspirou o TransMilenio, sistema de transporte de Bogotá, na Colômbia. Hoje, a cidade tem um senso de vida cosmopolita, é considerada a capital com melhor qualidade de vida do Brasil, com um polo industrial diversificado, que lhe dá o posto de quinta maior economia do Brasil, sendo considerada umas das cinco melhores cidades para se investir na América Latina.

Curitiba também tem altos índices de educação. Tem o menor índice de analfabetismo e a melhor qualidade na educação básica entre as capitais. O Índice Mastercard de Mercados Emergentes 2008, criado com a intenção de avaliar e comparar o desempenho das cidades em diferentes funções que interligam os mercados e o comércio no mundo inteiro, indicou Curitiba na 49ª colocação entre as cidades com maior influência global. Curitiba também foi citada em uma recente pesquisa publicada pela revista Forbes, como a 3º cidade mais "esperta" do mundo, que considera esperta a cidade que se preocupa, de forma conjunta, em ser ecologicamente sustentável, com qualidade de vida, boa infraestrutura e dinamismo econômico.

Etimologia
A hipótese mais popular para a origem do nome da cidade é a de que este derivaria da expressão indígena "curi'i ty(b) ba", que em língua guarani significa "muito pinhão".

Mais precisamente, "Curi'i", ou "coré" significa "pinheiro-do-paraná", ou talvez "pinhão" (a semente do pinheiro), "tib" vem do verbo existencial "i tib" e "ba" é um sufixo locativo, livremente traduzido para "lugar onde". Outra hipótese se refere à língua tupi, falada pelos colonizadores portugueses na época. Em tupi, coré seria algo como pinheiro, pinhão. E etuba é um sufixo que indica ajuntamento, portanto seria algo como "ajuntamento de pinheiros", ou conforme traduz Silveira Bueno, pinheiral.

A denominação pela qual são conhecidos os habitantes do município é curitibanos, denominação que já serviu de topônimo para um município do estado vizinho de Santa Catarina, isto é, o município de Curitibanos, fundado por antigos habitantes de Curitiba.

História

As primeiras movimentações, no território curitibano, se deram através de Paranaguá, via estrada de Cubatão, e ocorreram por conta de expedições de bandeiras, que vinham à cata de ouro. A primeira expedição oficial coordenadora dos serviços de exploração de minas de ouro nos Distritos do Sul (incluindo Curitiba) foi chefiada por Eleodoro Ébano Pereira. Os primeiros nomes que aparecem na história curitibana, depois de Ébano Pereira, são os de Balthazar Carrasco dos Reis e Matheus Martins Leme. No entanto, segundo o historiador Romário Martins, "...não foi esse o primeiro grupo povoador do planalto curitibano. Antes dele houve os que fundaram arraiais de mineradores mais ou menos estáveis na região aurífera atravessada pelos caminhos de Açungui e do Arraial Queimado (Bocaiuva do Sul)", a seguir Borda do Campo (Atuba) e Arraial Grande (São José dos Pinhais)".

Em 1668, Gabriel de Lara, o povoador, erigiu o pelourinho na povoação de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, assistido por um grupo de dezessete povoadores, iniciando-se a partir dessa data, de forma ininterrupta, a história oficial de Curitiba. Todavia, Gabriel de Lara não é considerado o fundador de Curitiba, sendo que alguns historiadores atribuem o fato a Eleodoro Ébano Pereira.

Há uma lenda a respeito da fundação de Curitiba, contada por diversos historiadores, à qual estão ligados os grupos de primitivos povoadores, representados pelas famílias Seixas, Soares e Andrade. Esses bandeirantes, em época incerta, teriam convidado o cacique dos Campos de Tindiquera, às margens do Rio Iguaçu, para que lhes indicasse o melhor local para a instalação definitiva da povoação. O cacique, à frente de um grupo de moradores, trazendo na mão uma grande vara, após andar muito percorrendo grande extensão de campos, fincou uma vara no chão e disse: "Aqui", e neste local foi erigida uma pequena capela, construída de pau-a-pique, no mesmo lugar onde se encontra a igreja matriz de Curitiba, sendo substituída por outra, feita de pedra e barro, que serviu a comunidade de 1714 a 1866, quando foi edificada a Catedral Metropolitana.

Em 29 de março de 1693, o povoado de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba foi elevado a categoria de Vila. Nessa época, segundo Romário Martins, além de Matheus Leme e Carrasco dos Reis, que moravam no Barigui, ainda habitavam uma vila "...o capitão Antonio Rodrigues Seixas, escrivão da vila em 1693, em Campo Magro; Manoel Soares e Aleixo Mendes Cabral, no Passaúna, João Rodrigues Cid, no Cajuru, Antonio Rodrugues Cid no Uberaba, etc." Não existe efetivamente uma data exata da fundação do núcleo Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, mais tarde Curitiba. Mas, se levarmos em consideradção os registros do dr. Raphael Pires Pardinho, Ouvidor-Geral da Vila, em 1721, admite-se o ano de 1661 como oficial.

Panorama de Curitiba, em gravura de Jean-Baptiste Debret, 1827.Curitiba passou a sede de comarca através de Alvará Imperial, em 19 de dezembro de 1812, e foi elevada à categoria de cidade pela Lei Provincial nº 05 de 5 de fevereiro de 1842. Pela Lei Imperial nº 704, de 29 de agosto de 1853, Curitiba foi elevada à categoria de capital da recém criada Província do Paraná. Foi uma luta árdua, a da emancipação política paranaense, nesta vitória muitos deixaram seu nome gravado nos anais da história. Em 1953 a Câmara Municipal de Curitiba funcionava próximo ao pátio da matriz. tendo a seguinte composição: Benedito Enéas de Paula, Fidélis da Silva Carrão, Manoel José da Silva Bittencourt, Floriano Berlintes de Castro, Francisco de Paula Guimarães, Inácio José de Moraes, Francisco Borges de Macedo, Antonio Ricardo Lustoza de Andrade, tendo na presidência o coronel Manoel Antonio Ferreira.

A partir do movimento imigratório desencadeado no Paraná em 1829, a cidade de Curitiba recebeu, por diversos flancos, levas de famílias, em diversas épocas e das mais diferentes nacionalidades, sendo inclusive alvo de imigração voluntária, o que influiu na sua formação social, cultural e econômica, com o passar dos anos. Em 1894, por causa da Revolução Federalista, Curitiba foi invadida e dominada por tropas revolucionárias, comandadas por Gumercindo Saraiva. Nessa época toda a cúpula governamental, liderada pelo governador em exercício, dr. Vicente Machado, abandonou a capital, refugiando-se em Castro, só retornando a Curitiba após o fim do cerco.

Vista geral de Curitiba em 1900, com dados de progressão populacional: 1780 (2.949 hab.), 1857 (10.000 hab.), 1858 (11.313 hab.), 1872 (11.730 hab.), 1890 (24.553 hab.), 1900 (50.124 hab.)Um dos mais expressivos acontecimentos da história curitibana deu-se em 1912, com a fundação da Universidade Federal do Paraná, idealizada e realizada por Victor Ferreira do Amaral, Nilo Cairo e Pamphilo de Assumpção. Após a implantação da República, o primeiro prefeito de Curitiba foi Cândido Ferreira de Abreu (maio de 1893 a dezembro de 1894). Em 1911, o município era formado por apenas o distrito da sede, sendo que em 1929 estava subdividido em 6 Distritos de Paz: Campo Magro, Nova Polônia, Portão, São Casemiro do Taboão, Santa Felicidade e o da Sede. De acordo com a Divisão Territorial de 1936, a comarca de Curitiba compreendia três termos, o da sede (Piraquara, Rio Branco e Tamandaré), o de Araucária e o de Colombo (Bocaiuva e Campina Grande). A Lei Estadual nº 1452, de 14 de dezembro de 1953, estabeleceu a nova divisão judiciária do município, criando dez Distritos Judiciários, que eram: Sede, Portão, Taboão, Barreirinha, Boqueirão, Cajuru, Campo Comprido, Santa Felicidade, Umbará e Tatuquara.

Em 1820 Curitiba recebeu a visita do sábio francês Saint-Hilaire, que ficou maravilhado com a cidade, e alguns trechos de suas anotações dizem o seguinte: "...As ruas são largas e quase regulares... a praça pública é quadrada, muito grande e coberta de grama... as igrejas são em número de três, todas construídas de pedra... em nenhuma outrra parte do Brasil eu havia havia tantos homens verdadeiramente brancos, como no distrito de Curitiba... pronunciam o português sem a alteração que revela a mistura da raça caucásica com a vermelha... são grandes e bonitos, tem os cabelos castanhos e tez rosada, maneiras agradáveis... as mulheres têm traços mais delicados do que as das outras partes do Império por onde viajei. Elas se escondem menos e conversam com desenvoltura". Esta descrição é um reflexo da civilidade e determinação do povo curitibano de 1820, que faz a base da Curitiba do final do século XX. Da Curitiba do Ligeirinho, da Ópera de Arame, da Rua das Flores e da Rua 24 Horas.






MEM DE SÁ

MEM DE SÁ

Terceiro governador-geral do Brasil, Mem de Sá nasceu na cidade Coimbra, em 1504; faleceu em Salvador, Bahia, em 10 de março de 1572. Era fidalgo, administrador colonial, desembargador dos Agravos e irmão do poeta Francisco Sá de Miranda.
Entre os anos de 1558 a 1572, sucedeu D. Duarte da Costa como governador-geral do Brasil. Em 28 de dezembro de 1557, chegou a Salvador para tomar posse do governo em 3 de janeiro de 1558.
Esteve na frente da guerra contra o gentio revoltado, na Capitania do Espírito Santo, na qual perdera seu filho, Fernão de Sá. Governou a colônia por quatorze anos, fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro em 1º de março de 1565, pelas mãos de seu sobrinho Estácio de Sá.
Planejou a expulsão dos franceses em 1567, incentivou a produção de açúcar, o tráfico negreiro (com certas reservas), combateu a antropofagia e a escravidão dos indígenas.
Mem de Sá havia estudado direito na Universidade de Salamanca, curso que concluiu em 1528, trabalhou como juiz em diversas comarcas de Portugal. Foi escolhido como governador-geral do Brasil pela rainha Dona Catarina.
Foi auxiliado pelos jesuítas Manuel da Nóbrega e José Anchieta na vitória contra os tamoios na Capitania de São Vicente (leia mais: Confederação dos Tamoios). Venceu os franceses com poucos recursos, reunindo numa expedição à Baía de Guanabara, 120 portugueses e 1.140 índios para atacar o forte de Coligny.
Deixou o governo-geral em 1572, faleceu logo depois repentinamente, (talvez por desgosto, pois fora frustrado de visitar sua filha), única parente que lhe restava em Portugal. Seus restos mortais repousam na Igreja dos Jesuítas em Salvador na Bahia!

Governo de Mem de Sá

Após o governo de Tomé de Sousa, Portugal se deparava com um grave problema no Rio de Janeiro. A invasão dos franceses e sua aliança com os índios da região tomava uma proporção significativa, se tornando uma ameaça ao domínio português. A principal realização do terceiro governador-geral do Brasil, Mem de Sá, foi justamente a expulsão dos franceses e o controle da situação.
Mem de Sá assumiu o governo da colônia em 1558 e continuou governando por 14 anos. A primeira coisa que fez foi contornar a situação da invasão francesa. Num primeiro ataque, Mem de Sá conseguiu destruir o forte Coligny, no entanto não foi suficiente para vencer a disputa. Assim, em 1º de março de 1565, seu sobrinho, Estácio de Sá, fundou a cidade de São Sebastião, que passou a ser a base das operações da luta contra os franceses. O desfecho do caso se deu somente com a ajuda de tropas do governador e da região de São Vicente e dos índios temiminós do Espírito Santo, onde foi possível expulsar os estrangeiros definitivamente.

Em 1563, os jesuítas José de Anchieta e Manuel de Nóbrega conseguiram firmar a paz entre os índios tamoios e os portugueses, a chamada Paz de Iperoig. O fim do conflito entre os índios tamoios e os portugueses foi importante para permitir a sobrevivência do Colégio de São Paulo e a permanência dos colonizadores na região.

Embora Mem de Sá tenha convivido com sérios problemas, como a fome e a varíola na Bahia, seu governo foi marcado por uma relativa paz e prosperidade. Em 1572, Mem de Sá resolveu deixar o governo-geral e voltar para Portugal. No mesmo ano, faleceu. Após sua morte, o Brasil foi dividido em dois governos: o do Norte, com sede em Salvador, e o do Sul, com sede no Rio de Janeiro.

Fontes:
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u340.jhtm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mem_de_Sá

SERENATA DO ADEUS - Tom Jobim - Vinícius de Morais

Ai, a lua que no céu surgiu,
não é a mesma que te viu
nascer nos braços meus...
Cai a noite sobre o nosso amor
e, agora, só restou do amor
uma palavra - adeus...

Ai, vontade de ficar mas tendo
que ir embora...
Ai, que amar é se ir morrendo
pela vida afora,
é refletir na lágrima
o momento breve
de uma estrela pura
cuja luz morreu...
Ah, mulher, estrela a refulgir,
parte - mas, antes de partir,
rasga o meu coração...
Crava as garras no meu peito em dor
e esvai em sangue todo o amor,
toda a desilusão...

Ai, vontade de ficar, mas tendo
mas tendo que ir embora...
Ai, que amar é se ir morrendo
pela vida afora,
é refletir na lágrima o tempo breve de uma estrela pura
cuja luz morreu
numa noite escura,
triste como eu...

NOSSOS HERÓIS DESCONHECIDOS

Henrique Dias

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Henrique Dias, brasileiro filho de escravos africanos libertos, nasceu em princípios do século XVII, na Capitania de Pernambuco, então Estado do Brasil. Foi Mestre de campo e cavaleiro da Ordem de Cristo. Não existe consenso entre os historiadores se nasceu cativo ou livre.

Invasões holandesas do Brasil
No contexto das Invasões holandesas do Brasil, ofereceu-se como voluntário a Matias de Albuquerque para lutar contra os holandeses, tendo recrutado um grande efetivo de africanos oriundos dos engenhos conquistados pelos invasores.

Participou de inúmeros combates, distinguindo-se por bravura, nos combates de Igaraçu onde foi ferido duas vezes, participou ainda da reconquista de de Goiana e notóriamente em Porto Calvo, em 1637, quando teve a mão esquerda estralhaçada por um tiro de arcabuz. Sem abandonar o combate, decidiu a vitória na ocasião.

Estando Portugal em trégua com a Holanda, D. João IV desautorizara a Insurreição Pernambucana contra o domínio holandês, do que estes muito se valiam espalhando a notícia. Henrique Dias, no entanto, sem autorização superior escreveu-lhes: Meus senhores holandeses. Meu camarada, o Camarão, não está aqui; mas eu respondo por ambos. Saibam Vossas Mercês que Pernambuco é Pátria dele e minha Pátria, e que já não podemos sofrer tanta ausência dela. Aqui haveremos de perdar as vidas, ou havemos de deitar a Vossas Mercês fora dela. E ainda que o Governador e Sua Majestade nos mandem retirar para a Bahia, primeiro que o façamos havemos de responder-lhes, e dar-lhes as razões que temos para não desistir desta guerra.

Títulos de Fidalgo

Devido aos serviços prestados, recebeu títulos de fidalgo, a mercê do Hábito da Ordem de Cristo e a patente de Mestre de campo. Conhecido como Governador dos crioulos, pretos e mulatos do Brasil, envolveu-se ainda na repressão a quilombos, tendo sido cogitado pelo Vice-Rei Marquês de Montalvão, em novembro de 1640, para combater um quilombo no sertão da Bahia, o que foi recusado pelos vereadores de Salvador.

Como Mestre-de-Campo, comandou o Terço de Homens Pretos e Mulatos do Exército Patriota, também denominados Henriques, nas duas batalhas dos Guararapes (1648 e 1649), vindo a falecer em 1662, oito anos após a vitória sobre os holandeses. Pela criação desse Terço, pode ser considerado o "pai" das milícias negras no Brasil.

Família

Seu genro Pedro de Val de Vezo, herdou os títulos de Henrique Dias, que incluíam a Comenda de Soure e o título de cavaleiro da Ordem de Cristo. Sua outra filha, Benta Henriques, casou com o Capitão do Terço de Homens Pretos e Mulatos Amaro Cardigo, este também negro. Cardigo cobrou da coroa o título de cavaleiro da Ordem de Santiago que foi prometida por Luísa de Gusmão aos genros de Henrique Dias. Este pedido foi negado pela Ordem apos três apelações.